Para chegar ao Majestoso Acordeon que conhecemos hoje, se desenvolveu uma longa jornada....A história nos revela que tudo começou por volta de 2700 anos antes de Cristo surgindo a invenção de um instrumento denominado "CHENG ou TCHENG", uma espécie de órgão portátil tocado pelo sopro da boca. O CHENG foi o precursor do harmônio e do acordeon, sendo o primeiro a ser idealizado e construído nos instrumentos da família de palhetas. O CHENG em certo momento foi parar na Rússia, onde por volta de 1780 Christien Theophile Doutor em filosofia e em medicina teve uma analise do instrumento CHENG e contatou que o agente sonoro era uma lamina de metal que vibrava livremente por meio do sopro produzindo sons graves e agudos, então sugeriu ao fabricante de órgãos, Kirschnik que aplicasse nos tubos esta lâmina livre de metal.
Da Rússia passou para a Europa, tendo a Alemanha tomado grande interesse, sobretudo nos instrumentos de órgão. Foi daí que Christien Friederich Ludwing Busschmann, fabricante de instrumentos, teve a ideia de reunir varias lâminas afinadas e fixadas numa placa formando uma escala cujos sons se faziam ouvir passando rapidamente através do sopro, isto em 1822. Mais tarde ele transformou esta pequena placa num instrumento musical para brinquedo de criança tocado com as duas mãos ao qual deu o nome de Handaolina ou harmônica de mão. Para tanto aumentou o numero de palhetas de metal e o tamanho do aparelho, anexando-lhe um pequeno fole e uma série de botões. Segundo a historia este instrumento mais tarde foi aperfeiçoado por Koechel e sete anos depois por volta de 1829 o Austríaco Cirílo Demian construiu em Viena um instrumento rudimentar de palheta livre, teclado e fole, o qual em virtude tinha quatro botões na parte da mão esquerda, que ao serem tocadas com os dedos permitiam a obtenção do Acorde musical, e deu o nome de Acordeão o qual foi patenteado. Nome este que ficou definitivamente ligado ao instrumento através de inúmeros aperfeiçoamentos. O sistema de palheta livre já havia sido aperfeiçoado por Grenié em 1810 na França rico em sonoridade, dando origem ao órgão, e o Francês Pinsonat empregou o mesmo sistema, no ALAMIRÉ ou diapasão tubular que veio a chamar-se TIPÓFONO ou TIPÓTONO e do qual se originou a “Gaita de Boca”, cuja invenção se deve a Eschenbach que é um conjunto de palhetas metálicas como linguetas, disposta cada uma em seu caixilho e vibradas pelo ar soprado pela boca.
Na França o acordeão foi aperfeiçoado em 1837 por C. BUFFET e segundo consta nas pesquisas o acordeão nada mais é do que o aperfeiçoamento de diversos instrumentos do mesmo gênero como OELINE DE ESCHENBACH, O AEROPHONE DE CHRISTIAN DIETZ, A PHYSARMÔNICA DE HACKEL...,tomando desde essa data sua forma definitiva e seus variados registros para mudança de intensidade e timbre do som.
Mais tarde, com a escala cromática, foi que o acordeão pode produzir qualquer melodia ou harmonia, inúmeros fabricantes o aperfeiçoaram colocando registros de timbres tanto na melodia mão direita como na esquerda nos baixos, resultando variedade rica de sons.
É na Itália que fabricaram e se fabricam os mais reconhecidos acordeons, sendo os primeiros construídos no país em 1863 em Castelfidardo , em Ancona surgindo depois Paolo Soprani um apaixonado pelo instrumento, não mediu esforços para desenvolver novos mecanismos e montagens, mudando palhetas, até chegar a um perfeito acordeon para a época, passando então a sua industrialização, juntamente com seus irmãos Settimio e Pascoale. Nos Estados Unidos também há registros de fabricas, sendo a mais famosa Excelsior. Na Alemanha foi construído o primeiro acordeon em 1822, existentes várias marcas tradicionais como Hohner e Weltmeister. No Brasil foram fabricados acordeons de qualidade com padrão internacional, muitas fábricas atuaram no Brasil e neste site traremos mais detalhes sobre este instrumento no país de rica cultura musical, que tem o Acordeon a Sanfona ou Gaita como uma paixão de gerações.
Referência "Método de Acordeão Mascarenhas"
O ACORDEON NO BRASIL
No Brasil os primeiros exemplares do Acordeon foram trazidos principalmente pelas imigrações italiana e alemã, grande parte se instalou nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O acordeon foi muito difundido no Brasil e na década de 1950 era até comum encontrar dois acordeões na mesma casa. Esse instrumento com várias configurações e possibilidades musicais se adaptou integralmente à cultura que nascia com a imigração europeia no país. Expressões musicais de norte a sul do Brasil exploram esse riquíssimo instrumento nos mais variados Ritmos como o Forró e o Baião no Norte a tradicional Música Gaúcha no Sul, com Vanerões, Milongas, Chamamés, Bugios... e com o Ritmo Sertanejo que é a alma do brasileiro. O Acordeon soa alegria, festa, dança, características de encontro ao espírito brasileiro. No sul do Brasil o acordeon é chamado de gaita e também é considerado uma referência na cultura regional e no tradicionalismo gaúcho. O acordeon diatônico, por sua vez, é chamado de gaita-ponto, gaita-botoneira, gaita de botão ou simplesmente botoneira. Alguns acordeonistas, ou gaiteiros, conhecidos dessa região são Adelar Bertussi, Albino Manique, Edson Dutra e Renato Borghetti. No Nordeste o instrumento recebe a nomenclatura de Sanfona, destacam-se os sanfoneiros Luiz Gonzaga, Sivuca e Dominguinhos. Cabe lembrar o Sanfoneiro Sertanejo Mario Zan da Música Chalana.
No auge do acordeon no Brasil consta que nas regiões sul e sudeste chegou a ter entre fábricas e marcas, mais de 60, as quais em sua quase totalidade foram se extinguindo no decorrer do tempo. Uma marca legitimamente Brasileira que se destacou muito foi a Acordeões Todeschini em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul a qual deixou de operar em 1973. ( Conheça a história em www.acordeontodeschini.com.br ). O acordeon Todeschini é bastante apreciado até hoje e sobrevive basicamente por oficinas que prestam manutenção, trabalho esse muito meticuloso e que proporciona manter vivos ao passar dos anos, verdadeiras maquinas de fazer música.